quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Historia

Movimentos ambientalistas

A Quercus e o Movimento Pró Informação Cidadania e Ambiente apelam aos Municípios do Oeste para não se decidirem pela incineração sem terem em conta um estudo sobre reciclagem com minhocas que já encomendaram e está quase concluído.
Esse estudo propõe o tratamento dos resíduos urbanos através da vermicompostagem (compostagem com minhocas), processo que apontam ser “muito económico” e que “permite reciclar cerca de 80% dos resíduos, uma vez que as minhocas comem tudo o que é orgânico limpando os outros materiais (plástico, vidro e metais) que assim também podem ser reciclados”.
Este processo apresenta vantagens económicas e ambientais, sublinham as duas associações, que defendem esta solução em vez da fusão da Resioeste (empresa gestora do aterro sanitário do Oeste e que até agora trata os resíduos do Oeste) com a Valorsul (responsável pelo tratamento do lixo na região de Lisboa).
“É um processo muito barato com custos que rondam os 20 euros a tonelada, ou seja, menos do que o envio para aterro ou para incineração na Valorsul. É um processo ecologicamente quase perfeito uma vez que recicla cerca de 80% dos resíduos sem a emissão de cheiros ou águas residuais. É de rápida implementação, uma vez que não necessita de Estudo de Impacte Ambiental”, destacam.
De acordo com as associações, a vermicompostagem “permite acabar com os maus cheiros no aterro do Cadaval, uma vez que os poucos resíduos a colocar em aterro já não possuem matéria orgânica, aumentaria em cinco vezes o tempo de vida do aterro do Cadaval e permitiria o desenvolvimento de um parque industrial de indústria de reciclagem no Cadaval com a instalação de uma unidade de triagem automática de embalagens, de uma unidade de vermicompostagem e de unidades de reciclagem de plásticos e outros resíduos”.
“A Valorsul tem argumentado que para fazer face à ausência de capacidade de tratamento dos resíduos do Oeste irá construir uma nova linha de incineração, só que segundo o Ministério do Ambiente não haverá mais financiamento comunitário para incineração e por outro lado a nova legislação sobre energias renováveis estabeleceu uma forte redução do preço da energia vendida pelos incineradores. O custo de 23 euros por tonelada para as autarquias na Valorsul também tem sido conseguido através de tarifas elevadas para os produtores privados (50 euros), só que isso vai acabar uma vez que se estão a instalar novas unidades de vermicompostagem que permitem a reciclagem desses resíduos a preços mais baixos do que a incineração”, argumentam os dois movimentos ambientalistas.
Neste momento em Portugal encontram-se em construção já duas unidades deste tipo em Guimarães e Beja em colaboração com as associações de municípios da AMAVE (Vale do Ave) e AMALGA (Alentejo).

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